A infertilidade atinge um em cada cinco casais em idade reprodutiva. Afeta de 50 milhões a 80 milhões de pessoas em todo o mundo e, no Brasil, cerca de 8 milhões. No Mês Mundial de Conscientização da Infertilidade, os dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) servem como alerta aos casais que desejam, em algum momento da vida, ter filhos.
“O casal que mantém relações sexuais sem proteção e não consegue engravidar durante um ano deve procurar um especialista em reprodução humana”, informa o ginecologista Ernesto Valvano, da equipe do Centro de Reprodução Humana de Piracicaba.
O médico destaca que o tempo para buscar ajuda deve ser reduzido para seis meses quando a mulher tem 35 anos ou mais e nos casos de diagnóstico prévio de problemas, como endometriose, doenças pélvicas inflamatórias ou homens com baixa contagem de espermatozoides.
Segundo ele, homens e mulheres precisam se conscientizar de que existe relação direta entre fertilidade e idade. Quanto mais avançada a idade, principalmente da mulher, menor a fertilidade. A mesma regra vale para os tratamentos de infertilidade. As taxas de sucesso reduzem com o passar dos anos.
“Por isso, nos casos de infertilidade previamente identificados, os procedimentos na área de reprodução humana devem ser realizados no início da vida reprodutiva do casal, de preferência antes dos 30 anos, época em que a reserva ovariana é melhor, assegurando melhores resultados”, reforça.
Medicina oferece alternativas para quem não consegue engravidar
A infertilidade pode ser superada com a ajuda da medicina reprodutiva, que oferece tratamentos de baixa complexidade, como coito programado e inseminação artificial, e de alta complexidade, como fertilização in vitro e ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides).
“Os casais nem sempre precisam de tratamentos de alta complexidade; muitos casos podem ser solucionados com tratamentos de reprodução humana com baixo custo, principalmente no início da vida reprodutiva”, informa Valvano. O tratamento é definido de acordo com cada caso, após consulta e realização de exames.
É possível preservar a fertilidade
Os cuidados com a saúde devem ser priorizados pelos homens e mulheres que querem, em algum momento da vida, ter filhos, segundo Valvano. Ele orienta a adoção de bons hábitos, como prática de esportes e manutenção de alimentação saudável.
“A atividade física regular auxilia na obtenção de índice de massa corpórea adequado, essencial para manter a fertilidade de homens e mulheres, e também contribui no combate ao estresse, que prejudica quem tenta ter filhos”, destaca.
Valvano aconselha os casais a evitarem drogas lícitas e ilícitas. “Estudos comprovam que drogas lícitas e ilícitas fazem com que mulheres tenham a qualidade dos óvulos comprometida, ciclo menstrual irregular e até menopausa antecipada. Também fazem com que homens produzam espermatozoides com dificuldade de locomoção e com morfologia alterada.”
Jornalistas responsáveis: Flávia Paschoal/Marisa Massiarelli Setto – Toda Mídia Comunicação
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