Reprodução assistida é opção para casais sorodiscordantes que querem filhos
Técnicas de reprodução assistida têm se mostrado especialmente importantes para ajudar casais sorodiscordantes que querem ter filhos. O sucesso da terapia antirretroviral introduzida na última década, e a qualidade e expectativa de vida dos indivíduos HIV positivos, têm mudado a história desses pacientes.
O médico Paulo Padovani, da equipe do Centro de Reprodução Humana de Piracicaba, explica que são três os cenários encontrados entre esses casais. No mais frequente, quando o homem está infectado pelo HIV e a mulher não, a gestação não tem impedimento e são realizados procedimentos de segurança.
Isso inclui a lavagem seminal, que faz com que os espermatozoides infectados sejam separados dos sadios. Apenas depois desse procedimento é feita a inseminação, por meio de técnicas de reprodução assistida, explica.
O outro caso é quando homem e mulher estão infectados e o que vai indicar a viabilidade dessa gestação é a saúde da paciente. Se for uma mulher jovem e saudável, com carga viral positiva baixa, existe a indicação.
No terceiro cenário, em que somente a mulher está infectada, a saúde da paciente também será o fator determinante para a indicação de uma inseminação intrauterina ou uma fertilização in vitro.
Os dois últimos casos são os mais delicados. Inicialmente, pelas grandes chances de a paciente ter sido infectada por outras DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), o que pode ter danificado suas tubas uterinas. Além disso, há 25% de chance de haver transmissão vertical, que acontece quando a mãe transmite o vírus da Aids para o bebê”, ressalta Padovani.
Para essa situação, o médico relata a existência de condutas e terapias, tanto para a mãe quanto para o feto, capazes de reduzir de forma expressiva a taxa de infecção. “Mas é preciso deixar claro que se não for possível reduzir a quantidade de vírus com medicação, as técnicas de reprodução assistida deixam de ser indicadas”, diz.
Por isso, o tratamento de casais sorodiscordantes sempre vai exigir o suporte de um médico infectologista, que por meio de exames, vai avaliar a carga viral e definir se o tratamento é viável ou não.
Esse suporte sempre vai ser necessário, inclusive a longo prazo. Vai garantir que qualquer tipo de complicação seja identificada e tratada imediatamente”, diz o ginecologista Paulo Padovani, diretor do Centro de Reprodução Humana de Piracicaba, instalado no Hospital Santa Isabel, graças a uma parceria com a Santa Casa de Piracicaba.
Jornalistas responsáveis: Flávia Paschoal/Marisa Massiarelli Setto – Toda Mídia Comunicação

Dr. Paulo Arthur Machado Padovani
- Formado pela Faculdade de Medicina de Jundiaí
- Pós-graduado lato-sensu pela Faculdade de Medicina de Jundiaí e Associação Instituto Sapientiae
- Especialista em ginecologia e obstetrícia, e habilitação em laparoscopia
- Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida
- Possui título de Capacitação em Reprodução Assistida emitido pela Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida